segunda-feira, 1 de julho de 2013

Nota da Pastoral Carcerária sobre a política prisional do Paraná


NOTA PÚBLICA DA PASTORAL CARCERÁRIA
Política carcerária no Paraná ofende a dignidade humana

A recente realização de um mutirão carcerário em delegacias de Londrina, no norte do Estado do Paraná, trouxe à tona, novamente, constatações sobre a precária situação dos presos na Região Metropolitana de Londrina, como já havia alertado a Pastoral Carcerária, em março deste ano, quando da visita de sua coordenação nacional à cidade.

Situações como a dos presos provisórios mantidos em contêineres e a proliferação de doenças como sarna, furúnculos, alergia de pele e pneumonia, por conta das péssimas condições sanitárias – são comuns esgotos a céu aberto nas delegacias – afrontam a dignidade das pessoas e desrespeitam os padrões mínimos de tratamento dos presos estabelecidos na legislação nacional e na recomendação de órgãos internacionais.

Para a Pastoral Carcerária, é inaceitável a manutenção do panorama de superlotação das celas nas delegacias. Pesquisa realizada em 2012, em DPs dos municípios da Região Metropolitana de Londrina, indicou situações em que a quantidade de pessoas encarceradas supera em três vezes o número de vagas, como se dá na cidade de Jaguapitã, onde há mais de 50 pessoas presas, quando a capacidade é para 18.

Em Londrina, no ano passado, quatro distritos eram usados para manter detentos. O 2º DP, com capacidade para 122 presos, chegou a abrigar 407 no primeiro semestre daquele ano; e no 3º DP, onde deveriam ficar 36 mulheres, havia 69 presas. Deplorável também é a situação no 4º e 5º DPs, que estão sem estruturas hidráulicas e onde as marmitas fornecidas aos presos são de baixa qualidade, apesar dos autos custos.

Entre as consequências que a atual superlotação provoca, estão as constantes tentativas de fugas, especialmente nas cadeias de Londrina, e o desvio de função dos policiais, que são designados para a custódia dos presos e assim têm menos tempo para as investigações criminais. Há também o agravante de que, em alguns casos, os policiais são responsabilizados e até demitidos quando acontecem as fugas.

Destaque-se ainda que, segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o Estado do Paraná é o que possui o maior número de presos custodiados em delegacias no país, com 9.290 encarcerados. Em todo o Brasil, são ao menos 34 mil detentos nessa situação, sendo que a quantidade de vagas é bem inferior a isso, 8.052.

Outra realidade preocupante na Região Metropolitana de Londrina é que muitos dos presos condenados da Justiça continuam encarcerados nas delegacias. Na cidade de Cambé, por exemplo, 40% da população prisional dos DPs são de condenados; E em alguns distritos da região, homens e mulheres ocupam a mesma cela, e adultos e adolescentes também estão encarcerados em igual ambiente.

O desrespeito aos direitos dos presos é agravado pela precariedade de estruturas da Defensoria Pública, que em Londrina conta apenas com três assessores e não há um defensor para atuar de fato. Destaque-se que 95 defensores já foram aprovados em concurso público estadual, mas ainda aguardam ser nomeados pelo governo.

A Pastoral Carcerária reafirma sua insatisfação com o atual panorama carcerário em Londrina e exige iniciativas das autoridades competentes para mudar o contexto atual: que o Judiciário, efetivamente, aja para interditar os DPs superlotados; que a Defensoria Pública atue contra a precariedade de estruturas; que o Executivo invista, de fato, em melhorias nas delegacias de polícia; e que o Legislativo repudie as políticas de aumento de pena e de encarceramento em massa.

Brasil, 24 de junho de 2013
Coordenação da Pastoral Carcerária

A Arquidiocese se despede de Padre José Carlos Fortes

Padre Fortes (esquerda) na Atualização do Clero
em Outubro de 2012, ao lado Pe. Lemes (Conchas)
(foto: Pe. Rogério Zenateli)
Ontem a noite, por volta das 21h recebemos a triste notícia do falecimento do presbítero Fortes. 

Um homem que dedicou a sua vida pela Igreja Particular de Botucatu. 

Auxiliou em muito na Pascom antes mesmo dela existir com as edições do Informativo Arquidiocesano O Monitor na década de 1940. 

Também auxiliou a Arquidiocese no serviço do culto divino e missionariedade na Comunidade Paroquial de Pratânia por 18 anos exercendo o primeiro grau do Sacramento da Ordem (diaconato permanente) e depois a partir de 2000 na Paróquia São Pio X, no Jardim Reflorenda em Botucatu. 

No dia 13 de Agosto de 2004, Dom Aloysio José Leal Penna, preside a sua ordenação Presbiteral concelebrada por Dom Vicente Marchetti Zione e Dom Antônio Maria Mucciolo, arcebispos eméritos os quais o até então Diácono Fortes auxiliou no exercício da diaconia.

Padre José Carlos Fortes, deixa muitas saudades no coração daqueles que o conheceu e conviveu com ele. Assim como deixa um grande legado de bons exemplos e fidelidade à Igreja e aos presbíteros que o conheceram e puderam partilhar com ele as alegrias desse ministério.

Na semana passada Padre Fortes passou por uma cirurgia no estômago e veio a falecer na noite deste domingo, dia de São Pedro e São Paulo, apóstolos. Na intercessão dos mesmos apóstolos, que deram a sua vida por Cristo, entregamos à Deus esse nosso querido sacerdote, que Deus o acolha na glória de seus santos que o serviram na terra.

Padre Fortes está sendo velado na Paróquia São Benedito em Botucatu e a missa exequial de corpo presente será logo mais às 15h na mesma Igreja. 

Descanse em Paz Padre Fortes, nossa Arquidiocese agradece a Deus o dom da sua vida e do seu ministério, que, foi fecundo na semeadura e nos frutos. Obrigado Padre Fortes pelo seu sim a Deus que auxiliou a tantos a conhecerem melhor esse Deus que ama a todos.